Autoimunidade e doenças auto-imunes
O que é a autoimunidade e porque é tão difícil de tratar?
A autoimunidade é uma condição onde o sistema imunitário agride “por engano” o próprio corpo, da mesma forma que o faz com agressores externos. A função do nosso sistema imunitário é identificar e destruir substâncias estranhas ao corpo, como vírus e bactérias. Mas, por vezes, existe um descontrolo e passa a atacar não apenas agentes externos, mas também as próprias células e tecidos, levando a várias alterações internas e diferentes sintomas.
Estas condições autoimunes afetam as pessoas de variadas formas e, como existem múltiplas causas e sintomas, não há um tratamento linear.
Sabias que existem mais de 80 condições autoimunes, que afetam orgãos específicos ou atacam o corpo de forma sistémica?
Diabetes tipo 1, Doença de Hashimoto, Artrite Reumatóide, Doença Celíaca ou Lúpus sistémico eritematoso são apenas alguns exemplos.
Porque é que o sistema imunitário ataca células saudáveis e funcionais?
Não existe uma resposta clara a esta questão. Atualmente as doenças autoimunes estão na ordem do dia porque os casos são exponenciais (1 em cada 6 pessoas sofre de uma condição autoimune). E, muitas teorias apontam para um provável reflexo de um estilo de vida desequilibrado, com pouco tempo e/ou consciência para cuidar da própria saúde.
Alguns estudos apresentam os seguintes fatores de risco:
Género feminino – 75% dos doentes autoimunes são mulheres e, ainda que não exista uma explicação clara sobre esta prevalência, existe uma relação com as mudanças hormonais durante a gravidez e com vários fatores genéticos e ambientais, em simultâneo.
Predisposição Genética – algumas condições autoimunes apresentam-se sob uma linhagem genética, passando de geração em geração. Outras vezes, apesar da herança genética, não existe a manifestação da doença, mostrando mais uma vez que a relação entre a genética e os fatores ambientais (stress, alimentação, sono, toxinas) parece ter um peso bem maior do que a genética por si só.
Traumas físicos / lesões / infeções (como c0v-I9, por exemplo) – quando o sistema imunitário é exposto a um agente agressor externo, cria a resposta inflamatória para combatê-lo. Depois, permanece uma resposta inflamatória residual que não tem um alvo específico e algumas células saudáveis podem ser “apanhadas” no meio do processo de eliminação, desencadeando assim uma resposta de autoimunidade.
Obesidade – ao gerar um estado de inflamação crónica, sobrecarrega o sistema imunitário e a sua resposta, estando associado a mais de 10 condições autoimunes.
Tabaco – a inalação de fumo cria uma resposta inflamatória do sistema imunitário.
Fatores ambientais – químicos tóxicos (poluentes, radiação UV), pobre saúde intestinal, alterações do sono, dietas radicais e desnutrição geram alterações hormonais e inflamatórias que predispõem o corpo a desencadear autoimunidade
Comorbidade autoimune: quem já tem uma doença autoimune, tem maior predisposição de desenvolver outra doença autoimune (3 ou mais condições autoimunes são apelidadas de síndrome de autoimunidade múltipla e afeta 25% dos pacientes autoimunes).
Quais são os principais sintomas de uma doença autoimune?
Existem tantas condições dentro deste grupo e que afetam tantos tipos de células e sua função e localização, que as respostas do corpo podem ser muito variáveis. Mas existem alguns sintomas aos quais devemos estar atentos e, se presentes, é necessário procurar ajuda profissional:
Glândulas inchadas
Dor e inchaço nas articulações
Dor abdominal ou problemas digestivos
Alterações da pele e outras mucosas
Febres recorrentes
Fadiga
Vermelhidão, inchaço, calor e dor são os sintomas-chave destas condições. Podem aparecer ou agravar com mais ou menos intensidade.
Como tratar uma doença autoimune?
O tratamento irá depender sempre de vários fatores, desde o diagnóstico ao estágio de autoimunidade, bem como aos sintomas presentes.
Será fundamental ir à raiz da condição, tentar entender os vários fatores que podem ter contribuído para a manifestação da doença e, desde aí, fazer uma abordagem de dentro para fora:
Trabalhar a dor e o alívio da mesma
Restaurar a saúde mental e emocional
Remover alergenos e disruptores de imunidade
Investir na saúde intestinal
Aprender a nutrir o corpo
Desenvolver uma boa rotina de sono
Melhorar o estilo de vida é tão importante como trabalhar na redução de sintomas. O corpo físico pode estar inflamado, mas os pensamentos e as emoções também podem estar intoxicados.
É fundamental encontrar um profissional de saúde que esteja alinhado com o que o paciente sente e que faça sentir que pode aprender e estar no controlo da sua própria condição de saúde.
Se quer perceber melhor como funciona o seu sistema imunitário e como se relaciona com as suas emoções e com o seu corpo, esteja atenta às datas de workshops ou marque uma sessão comigo. Vou ajudá-la a sintonizar-se, de dentro para fora.